Redação Donna
No programa da exposição O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues, primeira retrospectiva do trabalho do pintor e ilustrador gaúcho depois da sua morte, em 2004, é Luis Fernando Verissimo quem fala sobre a característica mais marcante do artista: "Na sua obra gráfica, como na sua pintura, o Glauco nunca deixou de dizer: 'Que país curioso este nosso, e que país bonito'".
A mostra, que começa nesta quarta-feira (dia 29), abrange as diferentes facetas de Glauco Rodrigues (1929-2004), que ao longo de sua carreira criou uma linguagem brasileira, fazendo uso de motivos nacionais, como Carnaval, praia e futebol, para criticar e retratar o país.
Nascido em Bagé (RS), Rodrigues começou a pintar em 1945. Anos depois, fundou o Clube de Gravura de Bagé. Já no Rio, participou de importantes exposições, como Opinião 66, no MAM-RJ. Com curadoria de Antônio Cava, a exposição reúne cem obras, incluindo litografias, serigrafias e linoleogravuras, além de ilustrações para revistas, livros e discos. Entre os destaques estão as capas da Senhor, revista nacional publicada entre 1959 e 1964, assinadas por Rodrigues.
– São 22 capas. Ele mudava o logo da revista de lugar, fazia a capa com colagens. Para a época, era uma revolução – explica Cava.
Outro ponto alto é a série de litografias Praça VX e Arredores (1998).
– Nesses desenhos, Glauco pega personagens de 1800 e coloca numa praça atual – diz o curador, para quem a exposição é uma chance de mostrar as diferentes linguagens pelas quais o artista transitou. – Ele atuou em diversos campos. O Glauco Rodrigues pesquisou uma linguagem brasileira e retratou a nossa esquina, o Brasil, o Rio de Janeiro.
O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues
Caixa Cultural SP
Galeria Vitrine (Av. Paulista, 2.083, (011) 3321-4400)
De terça a domingo, das 9h às 21h.
Entrada franca.
Até 21/8.